Oiiee
Tudo bem com vocês?!
o último festival literário de Cheltenham, o romancista britânico Nick Hornby encorajava as pessoas a queimar em uma fogueira os livros complicados. A não insistir nesse romance que se instala na mesinha de cabeceira como um parasita porque seu leitor é incapaz de lê-lo, mas não quer admitir sua derrota. “Cada vez que continuamos lendo sem vontade reforçamos a ideia de que ler é uma obrigação e ver televisão é um prazer”, afirmava.
Depois que Hornby expressou essa posição, muitos fóruns discutiram quais títulos são os mais indigestos, em mais uma versão do eterno debate sobre se as pessoas leem obras complicadas para poder dizer que as leram, não pelo prazer de lê-las. Alguns levam essa ideia longe demais. O romancista britânico Kingsley Amis disse em seus anos de maturidade que a partir de então, com pouco tempo de vida pela frente, só leria “romances que começam com a frase: ‘Escutou-se um disparo’”. Talvez o pai de Martin Amis tenha exagerado (as memórias de seu filho, nas quais tanto o ataca, têm quase 500 páginas), mas são muitos os que opinam que “a vida é muito curta para ler livros muito compridos”. Eis aqui uma lista de volumes que carregam o estigma (frequentemente injusto) de ser impossível terminar de ler.
1.- O Arco-Íris da Gravidade, de Thomas Pynchon

2.- Crime e Castigo, de Fiodor Dostoievski
Não adianta muito que se possa ler como um thriller psicológico e torturado que não se resolve até o último parágrafo. Talvez por seu título, que alguns consideram aplicável ao que representa sua escritura e sua leitura, poucos se atrevem a criticar os delírios de Raskolnikov, ou os abandonam na sexta manifestação de tormento.
3.- Guerra e Paz, de Leon Tolstói
Outro exemplo da literatura russa, que se costuma colocar neste tipo de lista com piadas como: “Lamentavelmente, não cheguei nem ao primeiro disparo da guerra”. Embora muitos o considerem uma leitura trepidante ambientada durante a invasão napoleônica da Mãe Rússia, eles prefeririam ver a versão cinematográfica. Carrega o estigma recorrente de que ler para os russos é complicado e mais cansativo que escalar algum pico dos Urais. Seu autor o escreveu convalescendo, depois de quebrar um braço ao cair de um cavalo. Alguns leitores declaram, neste tipo de debate, ter se sentido assim durante sua leitura.
4.- Orgulho e Preconceito, de Jane Austen
5- A Vida e as Opiniões do Cavalheiro Tristram Shandy, de Laurence Sterne
6.- A Divina Comédia, de Dante
O poema escrito por Dante Alighieri no século XIV pertence ao grupo dos que talvez enganem o leitor desprevinido pelo título. Crucial na superação do pensamento medieval e ácido como um limão nos olhos graças aos comentários sobre sua época, foi até adaptado em um monólogo por Richard Pryor. No entanto, muitos ficam na primeira parte (intitulada Inferno) ou não passam pela segunda, oPurgatório, e muito menos terminam a última, batizada de Paraíso.
7.- Moby Dick, de Herman Melville
8.- Paradiso, de José Lezama Lima
9.- As Aventuras do Bom Soldado Svejk, de Jaroslav Hasek / Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes
O mesmo bufo de tédio e desinteresse nas salas de aula checas e espanholas. E o pior é que ambos são emitidos pela obrigação de ler dois dos romances mais divertidos e delirantes da história. Duas histórias pitorescas com dois anti-heróis absolutamente inesquecíveis que carregam o problema de ser o clássico mais aplaudido de ambos os países. Seu problema? Obrigar alunos imberbes com os feromônios disparados a mergulhar em suas numerosíssimas páginas para transformá-los em “um livro de La Mancha – ou de Praga – do qual não quero me lembrar”. No entanto, quando lidos mais tarde, são mais viciantes que um saquinho de pipocas ou que a série de TV com maior audiência.
10.- Graça Infinita, de David Foster Wallace
É curioso que um romance que trata, entre outras coisas, do vício e do colapso da cultura do entretenimento desanime tantas pessoas. Suas mais de mil páginas – centenas delas são notas de rodapé – o convertem em um dos livros pós-modernos fundamentais na história da literatura, mas também fazem com que muitos acreditem que seu depressivo autor, que acabou se suicidando, tenha escrito, efetivamente, uma espécie de piada infinita sem graça. Os leitores atuais traçam uma linha no chão e formam dois grupos: aquele dos que amam o livro e aquele dos que o odeiam.
Texto tirado do site http://brasil.elpais.com/brasil/2014/10/15/cultura/1413381412_585189.html
E então concorda? Deixem a opinião de vocês nos comentários.
Espero que tenham gostado.
Fiquem com Deus.
"Não dirás falso testemunho contra o teu próximo."
Êxodo 20:16.
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